terça-feira, 10 de março de 2009

Esportes de Combate: Uma Questão de Peso.

A maioria dos esportes de combate, como judô, wushu, jiu-jitsu, boxe, dentre outros, realizam divisão de atletas por peso corporal e a grande parte desses lutadores não conseguem manter a condição física excelente o ano inteiro, principalmente em períodos distantes de competições e férias. Sendo assim muitos recorrem a soluções radicais para garantir a rápida perda de peso antes da pesagem oficial do torneio que participará e como já sabemos, é uma conduta totalmente prejudicial à saúde, principalmente porque os métodos mais utilizados é dietas extremamente restritivas, treinos excessivos, desidratação (pelo não consumo de líquidos ou induzido pelo uso de saunas, roupas de borracha ou plásticos envolvendo o corpo) ou até mesmo a indução de vômitos e uso de laxantes e diuréticos.

Tais condutas podem, além de afetar o desempenho, prejudicar o crescimento de púberes, aumentar temperatura corporal e prejudicar termorregulação, levar a depressão, isolamento, diminuição da auto-estima, redução de massa e força muscular e, quanto maior o nível competitivo, maior o risco de distúrbios psicológicos e nutricionais.

Estudos comprovam que, DIETAS DRÁSTICAS provocam:
1) Redução da produção de testosterona e imunologia;
2) Diminuição do fluxo sanguineo renal e filtração glomerular;
3) Favorece a perda de eletrólitos;
4)Diminuem gradativamente a TMB e favorece acumulo de enegia: as restrições tornam-se cada vez mais difíceis e o peso é recuperado com maior distribuição de gordura na região central;
5) Diminuição do estoque e uso do glicogênio muscular.

Já a DESIDRATAÇÃO....
1) Reduz o volume de ejeção e debito cardíaco, limitando transporte de O2 para os músculos em atividade e, também, prejudicando o retorno venoso, podendo gerar taquicardia;
2) Aumenta o estresse gástrico (com risco de sangramento por desgaste da mucosa);
3) Reduz indice de sudores e de sudorese máxima.
>> A partir de uma perda de 9% do peso corporal de água, há risco de colapso ou MORTE.

Entretanto, artigos recentes apontam que uma dieta hipocalórica, porém rica em carboidrato e com hidratação adequada podem não prejudicar o desempenho do atleta. Evitar a desidratação e o consumo de carboidratos entre o período de pesagem e a prova (que variam de 3 a 20 horas) também parecem ser eficazes para evitar efeitos deletérios. O planejamento antecipado da perda de peso, possibilitando redução de 4 a 5 kg por mês, além de facilitar o seguimento do atleta, também contribuem para o sucesso do tratamento.

Para a saúde do competidor também é fundamental o desenvolvimento da auto-confiança para que ele compreenda suas características físicas e tente se encaixar dentro de seus padrões corporais, facilitando a manutenção do peso à longo prazo e evitando soluções drásticas como essas.